MANAUS I: BANZEIRO E O DIA EM QUE COMI FORMIGA!

Depois de um tempo ausente, retomo hoje o blog com força total e cheia de novidades!

Estou voltando de uma viagem de uma semana a Manaus, Amazonas, com muitos sabores na mala e na alma. Vou aos poucos contando sobre o universo gastronômico gigantesco que lá experimentei.

E começo com um lugar icônico da cidade, o restaurante Banzeiro. Para começar, é preciso explicar o porquê do nome. Banzeiro nada mais é do que a onda formada no rio quando os barcos passam. Segundo a definição do nosso amigo google: é a sucessão de ondas provocadas por uma embarcação em deslocamento. Considerando que se trata de um restaurante de comida regional, onde a maior parte dos pratos inclui peixes amazônicos, muito pertinente o nome. 





Fachada externa do restaurante
Começando pela decoração, ela é toda inspirada no nome do lugar e também na região: canoas penduradas na parede e em em pequenos cantos da casa em que o restaurante está instalado, instrumentos indígenas, luminárias rústicas... O restaurante é realmente um encanto!







Nesse restaurante, eu já fui preparada para experimentar uma das iguarias diferentonas da casa: formiga saúva com espuma de mandioquinha. E não me arrependi! As formigas - ao menos as utilizadas como ingrediente nesse local -, são criadas por índios e alimentadas com capim limão e capim santo. Depois, são desidratadas, o que confere a elas uma consistência crocante e um sabor cítrico. Achei que poderia ter receio de experimentar, mas a experiência é bem interessante e, acreditem, é bem saborosa!!! Uma colher com espuma de mandioquinha e duas formigas, custou R$ 16,00, mas como é algo único na vida, vale a experiência.


Precisa legenda?

Analisando bem a proteína!

Seguimos numa orgia gastronômica nesse restaurante. Logo que chegamos, assim como em outros lugares, é servido um caldinho de tambaqui. Uma espécie de caldo grosso que possui como base esse peixe amazônico. É cortesia da casa, como o é também em outros restaurantes. 

E as entradas seguiram: além da formiga, pedimos uma porção de pastéis da casa. Vem uma porção com dez, de quatro sabores diferentes: aviú (um camarão da Amazônia), pirarucu com banana, pato, tucumã (assunto pra outro post) e camarão com catupiry. O interessante dessa entrada é que eles vem misturados e a gente só descobre o sabor quando morde mesmo! Por fim, pedimos dadinhos de tapioca acompanhados de um molho de cupuaçu, fruta bem típica de lá e que estava presente em sucos, geleias, molhos que acompanhavam diversos pratos. Gostei tanto do tal cupuaçu que trouxe bastante geleia pra casa. 


Caldinho de Tambaqui, uma cortesia em diversos restaurantes de Manaus

Mix de Pasteis "surpresa"

Dadinhos de tapioca com molho de cupuaçu

Como estávamos em um grupo, foram vários os pratos pedidos para que pudéssemos experimentar um pouco de cada peixe ou preparo. Iniciamos com a caldeirada, um prato bem típico, parecido com uma sopa de peixe - no caso, essa era feita também com tambaqui, um peixe amazônico delicioso (o meu preferido) -, com legumes, ovos e bastante tempero. É muito, muito boa!


Caldeirada de Tambaqui

Caldeirada de Tambaqui

Experimentamos, ainda, outro peixe amazônico, o matrinxã assado ao molho de limão. Não precisa mais nada! Esse peixe, por si só, pode ser degustado sozinho. Ele tem um carne super saborosa que dispensa molhos ou acompanhamentos. Porém, em Manaus, há um costume de servir os peixes acompanhados sempre de arroz branco ou baião de dois (esse é um assunto pra outro post), vinagrete e farinha de uarini (um subproduto da mandioca que falarei melhor também em outro momento). 


Matrinxã assado ao molho de limão

Na sequência experimentamos o filé de tambaqui com creme de camarões e catupiry, o pirarucu à parmegiana e o pato no tucupi (esses dois últimos fico devendo a foto). O tucupi é um caldo amarelo e ácido, extraído da mandioca. É o líquido que sai da mandioca ralada espremida, depois de separado do amido decantado, que é cozido com temperos. É bem diferente de qualquer coisa que se tenha experimentado por aqui. E essa é a beleza de ter experiências gastronômicas nos mais diversos cantos do Brasil e do mundo.


Filé de tambaqui ao creme de camarões e catupiry

Por fim, ainda teve um prato que merece destaque: o camarão amazônico. Uma espécie de estrogonofe de camarão, porém com pedaços gigantes de castanha do brasil. O molho fica meio adocicado, uma COISA de bom!



Camarão amazônico!

Depois de tudo isso, pedir sobremesa seria um sacrilégio! Encerramos nossa experiência no Banzeiro felizes em ver como os ingredientes típicos do Amazonas podem ser elevados a um nível capaz de competir com as melhores cozinhas do mundo! Não e à toa que o melhor chef brasileiro, Alex Atala, baseia sua cozinha em tais sabores. No voo de retorno de Manaus, assisti novamente ao episódio da série Chef's Table, que possui ele como protagonista, e mostra como ele utiliza os ingredientes brasileiros, especialmente amazônicos, tornando-os parte de uma das melhores cozinhas do mundo!

Confesso que não sou uma pessoa muito afeta ao turismo no Brasil, mas foi preciso morder minha língua depois de conhecer essa cidade incrível, esses sabores únicos e por todas as experiências vividas nesse lugar simpatia!

Seguiremos com as postagens de Manaus intercaladas com novas experiências em Porto Alegre!




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