MANAUS II - CAFÉ REGIONAL: AMOR À PRIMEIRA MORDIDA!

Antes de ir a Manaus, havia lido, em alguns sites e blogs, sobre um tal de "café regional" que lá existia. Fiquei curiosa e segui pesquisando sobre o assunto. Seria mais ou menos um café da manhã típico de lá, mas não necessariamente consumido apenas nesse horário. Poderia também ser um lanche da tarde.

E li também sobre um tal de X-caboquinho ou caboclinho. Seria um pão cacetinho (lá, pão francês), queijo coalho derretido, banana pacovã (da terra), tucumã (que eu nem fazia ideia do que era), feito na chapa com manteiga. O fato de ter pão e queijo derretido já era animador. 

No segundo dia em Manaus - fazia cerca de 35 graus às 10h - fomos para um local onde existe um café regional bem tradicional e "raiz" da cidade: o da Feira Municipal do Parque Dez. Pense numa feira fixa, onde se vendem frutas e outros produtos típicos do Amazonas, e onde existe uma espécie de praça de alimentação, bem simples e SEM AR CONDICIONADO, com mesas e oito bancas que servem os itens típicos do café regional. Quais seriam esses itens?

O primeiro que experimentamos foi o X-caboquinho, que já mencionei. É a torrada do Amazonas! Em relação a ele, vale tentar explicar o que é o tucumã.

Trata-se do fruto de uma palmeira, de coloração alaranjada. Nessa feirinha, as bancas vendem tucumã já descascado e em lascas, em pacotes de meio kg ou de 1kg para quem deseja levar para casa. Se eu pudesse comparar o formato e o gosto do tucumã, eu diria que ele é parecido com o nosso butiá, inclusive possuindo um caroço. No X-caboquinho são usadas lascas, MUITAS LASCAS, de tucumã. Dizem por lá que o X-caboquinho é bom se, na primeira mordida, caem lascas de tucumã por todos os lados. 

Esse é o tucumã, o fruto de uma palmeira. O que se come é a parte laranja, que é cortada em lascas

Tucumã cortado ao meio

X-caboquinho/caboclinho, uma delícia de bom! Com café passado na hora então... juro que qualquer dia vou tentar replicar essa maravilha encontrando ingredientes similares por aqui! Aguardem!

O tucumã é muito utilizado também como recheio de tapioca, sozinho ou com queijo coalho. Pedimos a nossa apenas com tucumã, onde a essência do fruto não fica disfarçada. A textura e gosto são bem parecidos com o butiá. A tapioca, na terra da mandioca, prefiro nem comentar (melhor não avisar que aquele preparo que compramos no supermercado NÃO É TAPIOCA!)

Tapioca recheada com tucumã

Parece um monte de comida né? Estávamos só na metade! Seguimos experimentando as iguarias. A próxima foi o bolo de mandioca - ou macaxeira, como eles dizem. Quando meus sobrinhos, que moram lá, falaram em bolo de mandioca, pensei logo naqueles com coco que encontramos por aqui. Não tinha nada a ver. Era quase uma sobremesa, um pudim, bem molhadinho, com um gostinho de mandioca e bem doce. Esse também, logo acho a receita em algum lugar!

Bolo de macaxeira

Outro fruto muito gostoso e diferente que experimentamos na feirinha foi a pupunha, também originário de uma palmeira. O gosto e a consistência são muito parecidos com o da castanha portuguesa ou do pinhão. É cozido na água e servido em porções. É comido exatamente da mesma forma que o pinhão ou a castanha. 

Pupunha: delícia, delícia, delícia!

Por último, mas absolutamente não menos importante, pedimos essa tapioca monstro, ultra recheada de tucumã, queijo coalho, banana da terra e ovo! De lamber os beiços! Merece todas essas hipérboles porque era realmente enorme e muito recheada. 

Super tapioca mega recheada! Reparem no tamanho da brincadeira em comparação com o braço ao fundo!

Antes que eu esqueça, nesse ritual do café regional, tem sucos de frutas locais, tais como cupuaçu, acerola, cajá (ou taperebá), graviola, entre outros. Um bom acompanhamento para essa comilança sob 35 graus. Mas é possível optar pelo velho e bom café!

Em Manaus, eu garanto: ninguém passa fome!