O PARAÍSO EXISTE!

Ah, Santorini! 

Que lugar esplendoroso! Algo diferente de qualquer outra paisagem que posso lembrar ter visto.

Santorini é uma das ilhas gregas e, ao contrário do que eu pensava antes de pesquisar, é muito mais do que praia. Aliás, Santorini é uma ilha em que até existem praias mas não é o maior atrativo, inclusive porque as praias que lá existem não têm areia. As margens são de pedregulhos e são distantes das cidadezinhas. Mas foi justamente por isso a minha escolha de ilha. Praia não é, e nunca vai ser, minha primeira escolha de viagem. Gosto de história, metrópoles, gastronomia e até gosto do mar, mas... torrar no sol não é comigo. Altas temporadas, margens lotadas, to fora!

Dito isso, para chegar em Santorini, só há duas formas: ou de avião - via um aeroporto precário -, ou de barco. Fui de barco, partindo de Atenas e a viagem durou cerca de 6h. Voltei de avião. Quando se chega no porto novo de Santorini, não se chega nas cidades da ilha. É preciso pegar um outro transporte: táxi, ônibus ou van e subir a encosta. A capital de Santorini, Thira ou Fira, e todas as demais cidadezinhas, ficam no alto da encosta. Há também um porto velho, em que há um teleférico até Thira ou, para os mais corajosos, uma escadaria infinita, que pode ser enfrentada a pé ou no lombo de uns burrinhos, o símbolo da ilha. Pobres bichos!

A ilha de Santorini, com as cidades em cima da encosta

Como estive por lá fora da alta temporada, em abril de 2017, alguns restaurantes estavam fechados... digamos que abril é o aquecimento para o verão europeu. Mas, isso não foi problema. Inclusive prefiro os lugares mais vazios do que cheios.

Além da capital Thira/Fira, fui até o lugar onde podemos ver o por do sol mais famoso do mundo: Oia (pronuncia-se Ía). Lá, aguardando o sol, comemos novamente o Pita Gyros (mencionado no post anterior sobre a Grécia) e experimentamos uma cerveja artesanal deliciosa, feita na própria ilha, a Donkey, em homenagem aos burrinhos que carregam os turistas encosta acima e encosta abaixo.

Pôr do sol mais famoso (e lindo) do mundo!

Na ilha, não há muitas opções de restaurantes. Há uma certa quantidade, é verdade, mas todos servem mais ou menos as mesmas coisas: pita gyros, souvlaki, salada grega...como fiquei apenas 3 dias na ilha, não houve tempo para explorar mais a fundo, valendo compartilhar o que de diferente encontrei por lá.

A experiência gastronômica mais bacana, e que quero compartilhar, foi a que tive em um vinícola da ilha: a Santo Wines. Pegando um ônibus na central rodoviária de Thira, em direção a Red Beach, há uma parada bem na frente da vinícola. Aguardamos no restaurante que tem, em anexo, uma loja super bacana de infindáveis produtos da ilha, além dos vinhos. Depois disso, fizemos o tour guiado pela vinícola. Eles têm uma técnica diferente de plantio das vinhas, num estilo coroa. É assim porque a ilha possui um solo muito arenoso e seco e, desse modo, nos meses muito quentes do verão, o cacho da uva fica protegido no meio dessa coroa.

Vinha plantada de forma diferentona

Um "esqueleto" de vinha em forma de coroa

Após o tour, interessante, mas nada muito diferente de outras vinícolas, sentamos em um espaço aberto para degustar os vinhos que o nosso ticket permitia. Há diversas opções, para degustar 2, 4, 6, 8, 12 ou 18 tipos de vinho. Pegamos o de 06 vinhos: 03 brancos (a especialidade da casa), um tinto, um rosé e uma taça de Vinsanto. Este, é uma espécie de vinho licoroso, também uma especialidade local que eu, particularmente, não gostei. Parecido com um digestivo amargo. Acompanhava o combo queijo, azeitonas diversas, biscoitos e um molho de tomate. E a vista...de tirar o fôlego.

Combo escolhido para degustação na Vinícola Santo Wines

Muitas variedades de azeitona

Opções de vinhos na Santo Wines

Os vinhos são muito bons! Vale a experiência pelo local, pelos vinhos, pela vista...

Depois da vinícola, pegamos a mesma linha de ônibus para ir até Red Beach. Após conhecer a praia, que possui um paredão de terra avermelhado, procuramos um local para almoçar. Não há muitas opções nessa época do ano mas, encontramos um restaurante aberto, chamado Taverna Dolphins. Não tava colocando muita fé no tal restaurante. Achei a placa de entrada um tanto quanto suspeita.

Porém, ao ultrapassar o portal dos golfinhos, é preciso descer uma escada enorme para chegar onde? Na beira do mar! Há uma construção que adentra no mar e onde foram colocadas várias mesinhas. Foi onde sentamos para almoçar, com as ondas batendo bem ao nosso lado. Felicidade existe (de novo)! A comida era deliciosa. Fomos novamente de salada grega e souvlaki. Experimentamos, ainda, uma outra cerveja grega: a Volkan. O nome não é por acaso, já que a ilha de Santorini se originou da erupção de um vulcão, que ainda existe ali, ao lado da ilha. E detalhe: a água com que é feita essa cerveja, é filtrada em rochas vulcânicas.

Cerveja que tem a água filtrada nas rochas vulcânicas

Souvlaki e salada grega, opções na beira do mar

Almoçando com ESSA paisagem faz acreditar que o paraíso existe!

Termino como comecei: Ah, Santorini!