Em abril de 2017 estive na Grécia. Mais precisamente em Atenas e na ilha de Santorini. A viagem foi incrível, era um sonho antigo. Lugar que constava há tempos na minha listinha de "Lugares para conhecer durante a vida" - e que é bem extensa. A Grécia é um mundo de sabores à parte. País localizado às margens do Mar Mediterrâneo, tem sua culinária baseada nesse estilo, a dita cozinha mediterrânea, com muito azeite de oliva, legumes frescos, azeitonas, iogurtes, queijo feta, tomates deliciosos e carnes.
Confesso que meu maior interesse em conhecer a Grécia não era pela culinária e, sim, pela história, embora, antes de viajar, tenha pesquisado muito sobre os hábitos alimentares. Porém, em se tratando de uma cozinha um pouco diferente, não me animou muito. Só me vinham em mente os azeites, as azeitonas e o iogurte. E que grata surpresa foi. Tentarei dar uma resumida porque poderia fazer pelo menos umas 4 postagens sobre os 6 dias que lá passei.
A primeira parada gastronômica em Atenas foi no Mercado Municipal. Geralmente eu gosto dos mercados, mas esse confesso que era nojento: mais sujo que o habitual de grande mercados públicos e sem grandes atrativos. Tinham umas partes de bichos estranhas à venda e isso, por si só, já me afastou do lugar. Vejam a foto e digam se não tenho razão:
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| Banca de "iguarias" no Mercado de Atenas |
A primeira experiência gastronômica foi em um restaurante meio "pega turista", que ficava localizado bem perto do Museu da Acrópole (se não me engano, o nome era Arcadia). Lá, pedimos um mix de comida grega. Veio um prato com umas fatias de tomate, de pepino, algumas azeitonas, uns pedaços de queijo feta, dois pedaços de spalakopita (uma torta feita de massa filo e espinafre), dois dolmadakia (charutos de folha de parreira recheados com arroz e guisado), tatziki (pasta de pepino, com alho, endro e iogurte) e uns outros bolinhos. Não estava ruim, mas nada me chamou atenção. Era tudo mais ou menos. Meio decepcionante.
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| Mix de comida grega do Arcadia |
A segunda experiência foi o iogurte. O lugar onde experimentei é uma rede de Iogurterias chamada Fresko. Escolhi o meu com mel e nozes e confesso que foi outra decepção. Nada muito diferente dos "gregos" comprados nos supermercados de Porto Alegre. Talvez uma consistência um pouco mais firme, apenas.
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| Iogurte grego com mel e nozes |
Mas depois disso, as experiências começaram a melhorar. Experimentamos o Souvlaki (que é um tipo de fast food comum na Grécia: pequenos pedaços de carne grelhados em espetinhos, que podem ser servidos no palito ou com acompanhamentos e guarnições como saladas e batatas fritas - no caso da foto abaixo) e Kafta de cordeiro (espetinhos de carne moída), ambos bem gostosos.
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| Souvlaki de porco acompanhado de salada e batata frita |
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| Kafta de cordeiro com pão pita e salada |
Porém, foi em um almoço, em um restaurante familiar, garimpado em algum blog de turismo, que pudemos experimentar a verdadeira comida grega. O restaurante chama-se Scholarchio. Fica em uma casa com varanda, flores, no agitado e charmosíssimo bairro Plaka. O restaurante já ganha a pessoa na chegada: possui cardápio em vários idiomas, inclusive em português (ufa!), explicando o funcionamento da casa. É possível optar por combos, nossa opção. Por um valor fixo (se não me engano 30 euros para duas pessoas), é possível escolher 05 iguarias da culinária grega, com direito a água à vontade, duas bebidas do cardápio e mais a sobremesa. Infelizmente não tive a percepção, naquele momento, de fotografar tudo, pois não imaginava estar escrevendo um blog sobre o assunto. Algumas fotos salvaram-se.
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| Fachada charmosa do restaurante Schoarchio |
O que posso dizer é que foi a melhor experiência que tive na Grécia em termos de comida. Iniciamos com a clássica salada grega: tomates super frescos, pepinos, cebola roxa, azeitonas, queijo feta, azeite de ótima qualidade - e em abundância -, com óregano e alcaparras. Estava realmente um absurdo de bom, apesar da simplicidade dos ingredientes, certamente pela qualidade destes. Seguimos, na sequência, com uma pasta de pimentões com queijo, servida com pãezinhos, carne de porco (acho) agridoce, moussaka (uma espécie de lasanha em que no lugar da massa é feita com berinjela) e queijo feta frito. Ao final, para completar uma refeição completíssima e exagerada, foi servido um doce de laranja, que não consigo lembrar o nome (procurei em sites e possivelmente seja portokalopita).
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| Salada grega clássica |
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| Moussaka |
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| Carne agridoce e moussaka |
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| Salada grega e pasta de pimentões com queijo |
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| Portolakopita |
O Scholarchio é um restaurante que é possível indicar sem medo. Aquela primeira impressão do restaurante Arcadia ficou rapidinho para trás. E, apesar das combinações e temperos diferentes do que estamos acostumados, estava tudo muito bom. Para completar essa super experiência gastronômica no Scholarchio, sentamos na varanda e, na calçada logo à frente, havia um artista de rua tocando saxofone. Felicidade existe!
Entre outras tantas coisas experimentadas na Grécia, comi muitos e muitos Pita Gyros (um pão pita - estilo árabe -, recheado com lascas de carne e vários outros acompanhamentos como cebola, tomate, tzaziki, devidamente enrolados em um cone). É como se fosse o nosso xis, comida de rua boa, bonita e barata, encontrada em um restaurante sim e no outro também.
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| Pita Gyros, o xis da Grécia |
Experimentamos, ainda, o melhor doce grego: a baklava (ainda vou fazer em casa). Massa filo (um tipo de massa folhada bem fininha) com recheio de nozes e uma calda abundante de açúcar, mel e especiarias como cravo e canela. Tem como ficar ruim? Não! Uma dose necessária de glicose para uma viagem de férias!
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| Baklava, um dos melhores doces da vida |
Como previsto, vou encerrar esse post grego sobre Atenas sem esgotar, nem de longe, tudo que queria dizer sobre as vivências na Grécia, mas farei outro sobre Santorini, onde igualmente tive experiências gastronômicas muito bacanas e que julgo bem legais de serem compartilhadas. Talvez mais um ainda sobre as cervejas gregas, bem interessantes. Voltaremos com mais da Grécia!
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